domingo, 25 de agosto de 2019

Astroblemas no Brasil – crateras de impacto brasileiras – Araguainha


Astroblemas no BRASIL (crateras de impacto brasileiras)
As chamadas Crateras de Impacto ou “Astroblemas” são estruturas formadas quando meteoróides, asteróides ou cometas atingem os corpos sólidos do nosso Sistema Solar, como planetas e satélites.

No planeta Terra também são observadas esses tipos de Crateras, mas por conta da dinâmica intensa da sua superfície não se encontram crateras tão facilmente preservadas, elas são apagadas devido ao processo de erosão e sedimentação, como também pelas atividades vulcânicas e tectônicas, mas elas existem e a cada dia mais são pesquisadas e estudadas por todo o mundo.

Durante algum tempo imaginava-se que só poderiam ser determinadas crateras de impacto aquelas que tivessem fragmentos meteoríticos, hoje já é conhecido que somente crateras mais novas poderão conter esse tipo de fragmento, as maiores e mais antigas geralmente não possuem mais nenhum tipo de fragmento, pois são crateras em avançado estado de erosão.

A primeira cratera terrestre reconhecida como um desses impactos meteoríticos, fica localizada no Arizona (EUA), e foi chamada de Cratera do Meteoro ou Cratera Barringer. Existem atualmente, mais de 170 dessas crateras meteoríticas espalhadas pelo mundo, com diversos tamanhos e graus de preservação e grande parte delas estão localizadas em áreas geologicamente estáveis e antigas.

 As Crateras de Impacto: Morfologia e Tipos de crateras

Por conta da relativa escassez de datações isotópicas e registros incompletos a distribuição temporal das crateras é precária. Para uma cratera ter sua idade de formação definida com exatidão, é preciso analisar fragmentos de rochas fundidas pelo impacto, utilizando métodos geocronológicos isotópicos. Somente 10% das rochas que sofrem o impacto em uma cratera são submetidas a pressões de choques suficientes para permitir a fusão, sendo assim o registro cronológico das crateras terrestres é muito impreciso por causa da dificuldade em encontrar material apropriado para as datações.  A maioria das crateras têm idade máxima estimada com base na idade das rochas mais jovens afetadas pelo impacto.

Podemos classificar as crateras de impacto terrestres, de acordo com a sua morfologia original, em 2 tipos principais:

Simples – São depressões em forma de bacia com diâmetro variando entre 2 a 4Km e possuem profundidade aparente de aproximadamente 1/3 de seu diâmetro. (French, 1998).
Complexas – Possuem diâmetro geralmente acima de 2Km quando formadas em rochas sedimentares e de 4Km em rochas ígneas e metamórficas. Apresentam profundidade aparente de 1/5 a 1/6 de seu diâmetro e aquelas em estado bastante avançado de erosão podem ter apenas o núcleo soerguido ainda identificável.


Crateras Meteoríticas no Brasil

Não existe no Brasil um programa sistemático de pesquisas voltadas para o estudo de crateras meteoríticas, como já ocorre em outros países. O que existe são iniciativas de pesquisadores ou grupos pequenos individuais que possuem interesse no assunto, ou ainda aqueles que por acaso, em atividades de mapeamento, se viram diante de feições circulares com características semelhantes as crateras meteoríticas.

Pesquisadores vem estudando as crateras brasileiras desde o fim da década de 70, os resultados de pesquisas levaram à descoberta e/ou caracterização do conjunto de crateras meteoríticas conhecidas atualmente. Algumas universidades do país também têm ocasionalmente desenvolvido estudos nesse tema.

As crateras meteoríticas no Brasil estão em bacias sedimentares e encontram-se expostas em superfícies, em diferentes estágios de erosão.

A seguir, algumas informações sobre elas.

Domo de Araguainha – É o maior Astroblema da América do Sul.
Coordenadas: 16º46`S/52º59`W;
Localização: divisa entre Mato Grosso e Goiás;
Diâmetro: 40 km;
Idade: 246 Ma;
Morfologia: aspecto multi-circular e concêntrico, com núcleo central soerguido de 6km de diâmetro;
Feições de impacto: feições de deformação planar (PDFs) em minerais, cones de estilhaçamento (shatter cones), e vários tipos de brechas de impacto.

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