segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Redes complexas ajudam cientistas a entender segredos da vida

Dos neurônios às mudanças climáticas, há uma ciência que está tentando compreender as conexões que regem o nosso mundo

Tecer uma rede é uma obra de arte. Tem a rede de pesca, a rede de balanço, a rede de computadores, a rede de telefonia, a rede elétrica, a rede de amigos no Facebook, a rede de neurônios… Há uma infinidade de redes permeando nosso mundo e algumas constituídas por bilhões de componentes. Mas o que existe em comum entre a rede que liga seus amigos no Facebook e a que conecta seus neurônios?

Para responder essa pergunta, precisamos entender como os cientistas que estudam esse tipo de fenômeno analisam as redes. Para começo de conversa, eles transformariam cada pessoa no Facebook ou cada neurônio no cérebro em um ponto. Não satisfeitos com essa nuvem de pontos, eles também avaliariam as relações e conexões que existem entre cada pessoa (são amigas ou não?) e também entre cada neurônio. A seguir, representariam essas conexões por meio de retas. Imagine, agora, o resultado deste trabalho. Perceba que, apesar das duas redes serem realmente muito diferentes, suas estruturas serão muito parecidas.

O que os cientistas criam quando transformam redes em pontos no espaço e os interligam por meio de retas é chamado, tecnicamente, de grafo. Um grafo é um prato cheio para qualquer pesquisador, porque eles podem extrair desse tipo de objeto matemático uma série de informações que, se olhássemos para uma rede complexa de outra forma, seria humanamente impossível analisar. Em um grafo, fica mais fácil identificar os pontos que têm mais conexões e, portanto, são mais centrais naquela rede.

“Se você analisa um neurônio isoladamente, não consegue explicar a memória, a consciência, nada disso. Você precisa olhar como eles estão conectados, ou seja, o todo. Só assim podemos compreender como o nosso cérebro funciona”, explica o professor Francisco Rodrigues, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP, em São Carlos. Essa é outra característica que conecta a rede de seus amigos no Facebook à rede de seus neurônios: eles não podem ser compreendidos de forma isolada, mas somente em relação ao todo.

Redes Complexas

“O que acontece se eu tenho uma doença e uma parte dos meus neurônios são eliminados? Qual a consequência do desmatamento na Amazônia para o transporte de umidade ao Sudeste do Brasil? Precisamos de ferramentas que nos respondam esse tipo de pergunta, que levem em consideração os diversos agentes que interagem de forma complexa nesses sistemas, formando redes”, acrescenta Elbert Macau, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).

Há cinco anos, Macau coordena, pelo lado brasileiro, o projeto Fenômenos Dinâmicos em Redes Complexas, que une matemáticos, biólogos, cientistas da computação, meteorologistas, físicos, engenheiros e químicos provenientes de 10 diferentes instituições de pesquisa, sendo seis delas do Brasil e quatro da Alemanha. Entre o fim de setembro e o início de outubro, esses cientistas realizaram um evento no ICMC, a quarta edição do ComplexNet – Workshop and School on Dynamics, Transport and Control in Complex Networks. A iniciativa marcou o fim da primeira jornada do projeto e o começo de um novo ciclo, que vai durar mais cinco anos.

Financiado conjuntamente pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e pela Sociedade Alemã de Amparo à Pesquisa (DFG), o projeto temático já produziu bons resultados como vários artigos publicados em revistas científicas de alto fator de impacto, como a Nature, e promete ir além. Ao propiciar uma melhor compreensão sobre diversos fenômenos, a iniciativa está ajudando a fortalecer um novo campo do conhecimento, que pode gerar impactos relevantes na vida de todos nós.

Esquizofrenia e epidemias

“O cérebro, o clima, as interações biológicas, as cidades, as redes sociais, os terremotos… O que esses sistemas têm em comum? Você pode representar a estrutura deles como um grafo e pode usar um mesmo conjunto de ferramentas para resolver os diversos problemas que surgem nesses contextos. Uma rede complexa nada mais é do que a estrutura de um sistema complexo”, descreve Rodrigues.

As redes complexas têm ajudado o professor na identificação das diferenças entre os cérebros de pessoas saudáveis e daquelas que apresentam esquizofrenia, um transtorno mental que dificulta a distinção entre as experiências reais e imaginárias, interfere no pensamento lógico e tem causas ainda desconhecidas. “A partir de um scanner de ressonância magnética, mapeamos o cérebro e analisamos os dados das redes corticais. Quando a pessoa tem a doença, o cérebro é menos organizado em determinadas regiões do que o de uma pessoa que não tem”, relata Rodrigues. Para identificar essa desorganização cerebral, o modelo matemático desenvolvido na pesquisa extrai e analisa 54 características das redes corticais e consegue identificar, com 80% de precisão, qual ressonância pertence a um paciente que tem o distúrbio. Agora, o próximo passo é aplicar o mesmo método para diagnosticar outros tipos de transtornos como o autismo (Assista o video)

Na biologia, as redes complexas também têm sido empregadas para construir mapas que ajudam a compreender as interações entre nossos genes, as proteínas, os processos metabólicos e outros componentes celulares.
 Agora imagine o que acontece quando uma epidemia se propaga. Nesse caso, também existe toda uma rede complexa que precisa ser melhor compreendida pela humanidade para que possamos conter a disseminação de uma doença contagiosa, por exemplo. “Nesse caso, entender os tempos corretos de diagnóstico e isolamento é fundamental para a saúde da população”, conta o professor Tiago Pereira, do ICMC. Ele coorientou a pesquisa de doutorado do matemático alemão Stefan Ruschel, da Universidade de Humboldt, em Berlim. Utilizando bases de dados da Organização Mundial da Saúde sobre a gripe H1N1, os pesquisadores estudaram como extinguir a doença. A população foi dividida em três grupos: saudáveis, doentes e isolados. A partir de modelos matemáticos, foi calculado o tempo ideal para identificação da doença bem como o tempo de isolamento necessário para a cura (Assista ao video)

 
“O mais importante, nessas doenças, é o tempo de identificação. Se você consegue rastrear todos os doentes em nove dias e curá-los ou colocá-los em quarentena, a epidemia será controlada”, revela Ruschel. “No caso da H1N1, depois de 30 dias não há mais chance de se controlar a doença”, acrescenta o alemão. “O prazo de nove dias é economicamente inviável porque você teria que diagnosticar muita gente em pouco tempo”, pondera Tiago Pereira. Ele explica que, considerando-se a inviabilidade desse diagnóstico em tão pouco tempo, passa a ser decisivo, para o controle da epidemia, manter os doentes isolados no tempo ideal. “Se você isolar a pessoa por um tempo ideal, a doença é extinta, mas se você isolar a pessoa além desse tempo, a doença vai reaparecer”, conclui.

Denise Casatti / Assessoria de Comunicação do ICMC

sábado, 7 de janeiro de 2017

Nikola Tesla, o gênio mais injustiçado da história!

Você conhece Nikola Tesla? Muito provavelmente não, pois ele é um dos maiores injustiçados do mundo da ciência. Pai de diversas invenções não creditadas ao seu nome, Tesla permitiu que o mundo em que vivemos se tornasse real. Por que tudo isso? Vejamos:

Quem fez a revolução elétrica no mundo?

Aposto que você disse Thomas Edison, certo? Mas não, não foi ele. Quem realmente inventou esta e muitas outras coisas que se atribuem a diversas pessoas foi Nikola Tesla, o mesmo homem que possui desde uma unidade de medida para medir a densidade do fluxo magnético, uma cratera na lua, um asteroide, o maior prêmio de engenharia elétrica do mundo até um aeroporto, uma banda de heavy metal com o seu nome, um dia só seu (10 de julho, em diversos países), além de ser personagem do filme O Grande Truque e nomear a marca que promete um futuro verde ao mundo.

Mais de 300 patentes em quase 30 países (inclusive 2 aqui no Brasil), mas então porque ele não é reverenciado como um gênio? Tretas como as de Thomas Edison que você confere a partir de agora.

Quem foi Nikola Tesla

Nascido no finado Império Austro-Húngaro, onde hoje seria a Croácia, em 1856 durante uma tempestade de raios, segundo a lenda, teve seu primeiro contato com a eletricidade na Universidade de Praga onde estudou engenharia elétrica até o terceiro ano, desistindo depois de assistir às aulas. Solteiro pela vida toda, pois dizia que isso era proveitoso às suas ambições e capacidades científicas, acredita-se que ele tinha uma memória fotográfica e podia decorar livros inteiros ao lê-los apenas uma vez; além disso tinha uma condição que fazia com que enxergasse clarões de luz que o cegavam, alucinações, e que lhe traziam inspiração e ideias. Além disso ele era capaz de enxergar uma invenção completamente pronta em sua mente antes de começar a esboça-la em um papel.

O próprio motor elétrico de corrente alternada, invento que fez a revolução elétrica no mundo, foi visto por ele em uma dessas visões. O projeto foi feito todo mentalmente, sem um protótipo sequer. E quando foi perguntado sobre como ele sabia que aquilo ia dar certo, ele respondeu: "Simples, eu estou vendo-o funcionar". Na época, pensar em um motor de corrente elétrica alternada seria tão surreal quanto pensar, hoje, em teletransporte.

 Acredita-se também que ele tivesse transtorno obsessivo compulsivo, insônia (dizia dormir apenas 2 horas por noite, embora fossem apenas cochilos), além de outras manias e fobias, por exemplo: Não tocava em cabelos; não gosta de pérolas – despedindo uma secretária por ir trabalhar com um colar, uma vez –, fazia as coisas de acordo com o numeral 3 e nunca ficava em um quarto de hotel divisível pelo número. Atualmente, através dos relatos, seus biógrafos acreditam eu ele era misofóbico, ou seja, tinha completo pavor em entrar em contato com sujeira ou qualquer coisa que não julgasse estar higienicamente seguro. Antes de cada refeição ele polia cada utensílio até chegar à perfeição, utilizando 18 guardanapos (múltiplo de 3).

Chama a atenção, também, sua obsessão por pombos, alimentando-os regularmente no Central Park, em Nova Iorque, com sementes especiais que encomendava. Ele costumava, inclusive, levá-los ao seu quarto e os cuidar. Além da memória eidética e talento para a física, Tesla também era poliglota. Falava 8 idiomas com fluência: sérvio, checo, latim, italiano, alemão, húngaro, francês e inglês.

Um de seus primeiros trabalhos foi na Companhia Nacional de Telefones, sendo o eletricista-chefe da empresa e engenheiro do primeiro sistema telefônico do país. Nesta época desenvolveu um aparelho que pode ser taxado como um repetidor ou amplificador de telefone, ou ainda, pode ser considerado o primeiro alto-falante do mundo. No entanto ele não divulgou ou publicou esse invento.

 Nos anos 80 trabalhou na França e depois nos Estados Unidos, onde foi assistente do famoso Thomas Edison, aquele que você respondeu que inventou a lâmpada, lembra? Aqui começa o drama de Tesla com seu maior sabotador.

A Guerra das Correntes

Thomas Edison contratou Tesla para resolver problemas que ele estava tendo com corrente contínua em geradores e motores. Se Tesla resolvesse o problema ganharia cerca de 50 mil dólares – o que corresponderia a 1 milhão de dólares em valores atuais –, essa era a promessa. Quando Tesla consertou ou problemas de Edison e perguntou sobre seu dinheiro, recebeu a seguinte resposta: "Tesla, você não entende o humor americano". Sim, para ele a promessa era uma piada e nunca foi paga.

Tesla não se abateu, continuou suas pesquisas, e, hoje, podemos ter luz elétrica em nossa casa graça à invenção e aplicação da corrente alternada desenvolvida por ele quando fora contratado pela Westinghouse para criar a linha de transmissão e viabilizar o primeiro sistema hidrelétrico do mundo. Na ocasião recebeu 1 milhão de dólares pela venda de suas patentes a George Westinghouse e mais US$ 2,50 dólares de royalties por HP gerado por suas invenções. Tesla começava a ficar rico e famoso, certo? Mais ou menos. Devido a jogadas mal planejadas, a Westinghouse ficou à beira de uma falência, e Tesla, não querendo que centenas de pessoas perdessem seus empregos, teve a grandiosidade de rasgar o contrato dos royalties, o que hoje valeria TRILHÕES de dólares.

Mas nem assim tudo foram flores para ele. O seu sistema de corrente alternada recebeu críticas duríssimas de Edison que dizia que ele era ineficiente e não devia ser levado a sério. O motivo? O sistema de corrente contínua – que vimos acima – tinha sido criado por ele e era o padrão adotado nos Estados Unidos, com a mudança do padrão ele perderia uma montanha de dinheiro a cada ano em royalties. Assim começava a famosa Guerra das Correntes.

 Para termos luz na sala de casa hoje, segundo o sistema de Thomas Edison, precisaríamos de uma usina de energia elétrica a cada quilômetro quadrado. Inviável, certo? Já o sistema de Tesla usava cabos menores, alcançava maiores voltagens e podia transmitir energia elétrica a distâncias muito maiores.

Frente a essa perda de dinheiro, nome e prestígio, Thomas Edison resolveu se mexer e tomou uma atitude muito adulta: Começou a pagar 25 centavos por cada cachorro ou gato que garotos trouxessem vivo para ele. Depois, em uma exibição pública, eletrocutou todos usando a corrente alternada de Tesla, além de cavalos e até elefantes. Ele queria mostrar como era perigoso sistema de corrente alternada e convencer a opinião pública de que não era segura para se ter em uma casa. A propaganda negativa foi tão forte que, na época, o estado de Nova Iorque passou a utilizar a eletrocussão por corrente alternada como método de execução de condenados.

Para a nossa sorte, o sistema de Tesla era mais barato e funcional e foi adotado não só nos EUA, como em diversos países, caminhando para ser o padrão global. Por isso, Tesla é o verdadeiro pai da era da eletricidade.



Outras invenções de Tesla 

Ainda na época da Guerra das Correntes, época de muita criatividade para ele, Tesla desenvolveria diversas aplicações para seu uso de corrente alternada, como: motor elétrico, o princípio da criação de energia elétrica através de um campo magnético rotativo, ignição elétrica de motores à gasolina; o motor assíncrono giratório, comutadores elétricos, bobina de Tesla, que permitiu a comunicação sem fio, rádios e tv’s (SIM, AGRADEÇA A ELE CADA VEZ QUE LIGAR SUA WI-FI), lâmpada fluorescente, etc. (muitos etc.), controle remoto por rádio, etc. Pesquisou desde energia solar até o poder do mar, além de prever comunicações interplanetárias e satélites. Há também relatos de ideias geniais e invenções ou teses feitas que ele preferiu não registrar.

Para ajudar, após a briga contra Edison, em 1895, seu laboratório pegou fogo misteriosamente, junto de todas as suas pesquisas. Suspeitasse até hoje que fora causado por alguma grande companhia do ramo da eletricidade, já que após o incêndio, o que sobrou foi "sem querer" atropelado por tratores. A motivação seria a pesquisa dele em energia gratuita a todos, mas como veremos no parágrafo seguinte, Tesla não desistiria, e, mostraria que era uma das pessoas mais legais que já viveram.

Em seus estudos Nikola Tesla descobriu, em um de seus momentos de genialidade, uma forma de conceder energia elétrica wireless grátis para todo o planeta através de uma torre que seria contruída perto de Nova Iorque . O projeto saiu do papel e chegou a ter a torre e o prédio prontos, porém empacou em um detalhe: o empresário que estava financiando a construção da torre – um dos mais famosos financistas dos EUA, J. P. Morgan – decidiu encerrar o projeto quando se deu por conta de que não teria como regular essa energia, e, portanto, como cobrar por ela e lucrar com isso.

Hoje, cientistas, físicos e engenheiros elétricos dizem que aquilo seria impossível, que por não fazer cálculos no papel, ele não conseguiu ver um detalhe banal: ao passar para o ar, a energia rapidamente se esvaneceria. Bom, funcionando ou não, é interessante notar a benevolência de Tesla que não queria 1 centavo por sua nova criação.

E se você ainda não entendeu ainda a importância de Tesla para nossas vidas e da sua genialidade, saiba que:

. Foi o responsável pela construção da primeira hidroelétrica do mundo, nas cataratas do Niágara, provando a todos que a água era um meio prático de obter energia;
. Conduziu experimentos com engenharia criogênica, quase meio século antes de sua invenção;
. Patenteou mais de 100 inovações que foram usados na criação do transistor, aquela pecinha primordial que faz com que seja possível o computador moderno existir e você ler isso   neste momento;
. Foi a primeira pessoa a captar ondas de rádio do espaço, o que o torna, indiretamente, o pai da radioastronomia;
. Descobriu a frequência de ressonância da terra, que só pode ser confirmada 50 anos depois, já que era muito avançado à época;
. Desenvolveu uma máquina de terremotos que quase destruiu um bairro inteiro em Nova Iorque; Inventou a poderosa Bobina de Tesla, que você pode não conhecer de nome, mas com   certeza já a viu em algum lugar. Confira ela, abaixo:



. Conseguiu, na década de 90, reproduzir em seu laboratório o fenômeno conhecido como "Ball Lighting", que consiste em uma luz que aparece na forma de uma esfera e viaja devagar   enquanto plana a alguns pés do chão. É um fenômeno muito raro e até hoje os cientistas ainda não conseguiram replicar o feito em moderníssimos laboratórios;
. Inventou o controle remoto, a luz de neon, motor elétrico moderno, comunicações wireless, e outras coisas que tornam nosso dia a dia mais prático e legal;
. Inventou um raio da morte que poderia destruir o mundo caso caísse em mãos erradas. Parece ficção, mas não é, ao menos é o que diversas fontes juram. No entanto, destruiu o   projeto antes dele vazar (alguns acreditam que o projeto está em posse do governo dos EUA, confira mais sobre isso, alguns parágrafos abaixo). O raio chegou perto de ser vendido   para a Inglaterra por 30 milhões de dólares, durante a 2ª Guerra Mundial, mas foi desfeito nos últimos momentos. O próximo comprador seriam os Estados Unidos, porém, a reunião   que daria desfecho à compra nunca ocorreu. Tesla morreria antes.

O mundo contra Tesla 

Mas se você acha que o atrito com Thomas Edison foi a única injustiça com Tesla está muito enganado. Diga-me: Você sabe quem inventou o rádio? Se você souber, com certeza respondeu que foi o italiano Guilherme Marconi, mas, como você já deve ter imaginado, foi Tesla. Tudo que Marconi fez foi pegar o trabalho desenvolvido por Tesla e patenteado em 1896, que continha todos os diagramas esquemáticos descrevendo todos os elementos básicos do transmissor de rádio, mudar um pouquinho aqui, umas coisinhas ali e ficar mundialmente famoso ao mandar a primeira mensagem transatlântica da história. Ao ser perguntado sobre o que sentia, Tesla disse: "Marconi é um bom amigo. Deixem-no continuar. Ele está usando 17 das minhas patentes". Sim, ele é um baita parceiro.

Porém, quando Marconi recebeu um prêmio Nobel por isso. Prêmio que deveria ser de Nikola (e essa não foi a primeira vez que ele perdeu um Nobel, já que a discussão e os avanços decorrentes da questão corrente alternada/contínua gerou o prêmio para ele e Edison. Prêmio que não foi entregue, pois a Academia de Ciências concedente não concordou em dividir o prêmio e ele foi repassado a um terceiro pesquisador - Willian Bragg). Ao perder o prêmio para Marconi ele terida dito: "Marconi é um asno". Nesse momento Tesla já estava sem dinheiro - note que foi quando J. P. Morgan havia removido o incentivo financeiro à Torre - e suas patentes começavam a expirar.

Desesperado, tentou processar o italiano, desistindo ao ver que, sem recursos, não conseguiria disputar com uma grande companhia.

Outra: O radar, este invento que permite desviar de mísseis, submarinos navegarem por aí, sua comida sair quentinha do micro-ondas, etc. Hoje, credita-se a descoberta a Robert Watson-Watt, que o teria descoberto em 1935, porém, 18 anos antes (18 anos!!!), em 1917, ele havia apresentado à marinha americana (estávamos no início da 1ª Guerra Mundial) um sistema que poderia ter previsto milhares de baixas ocasionados pelos mísseis aquáticos alemães.

Daí você pergunta: E por que a marinha rejeitou o invento? Bem, é que Thomas Edison (lembra dele?) era chefe do centro de pesquisa e desenvolvimento da marinha e disse que o radar não teria aplicação prática na guerra.

Quer mais uma prova de que a vida é injusta? Lá vai: o Raio-X. Creditado a Wilhelm Rontgen, já havia sido descoberto e pesquisado por Tesla anos antes. Na euforia de sua "descoberta", acreditava-se que os raios-x poderiam curar problemas como a cegueira, porém, Tesla, que já havia investigado o assunto, e sabia do que ele podia causar, recusou-se a conduzir experimentos médicos com ele, tentando alertar o mundo sobre seu perigo.

Mas claro que alguém não ouviria as advertências. Quem seria? Se você citou Thomas Edison, ponto para você. Não perdendo a oportunidade de ser inconveniente, Edison começou a experimentar os raios-x em seus empregados. Um deles, Clarence Dally recebeu uma carga de raios-x tão grande que precisou ter seus 2 braços amputados para que não morresse. Pois é, não deu certo e ele morreu por causa de um câncer no mediastino =/ Parabéns, Thomas Edison. Aliás, o próprio Edison quase ficou cego por disparar raios-x contra seus olhos.

Um ser místico?

Por causa de sua incrível genialidade, invenções além do pensamento racional humano, criações sem nem mesmo protótipos, hábitos estranhos, transtornos de personalidade, etc. Tesla é visto por seitas e cultos como um ser místico.

Uma delas, os Newubianos o consideram um ser venusiano, enviado para passar ensinamentos ao planeta Terra. Louco, né? Mas nem é só isso, os seguidores dessa religião tem alguns preceitos nada convencionais, como enterrar a placenta após o nascimento para que Satanás não a use para fazer um clone do recém-nascido, ou então algumas coisas um tanto quanto preconceituosas, como pregar que as pessoas brancas foram destinadas a serem uma raça escravizada para servir os negros. Muito preconceituosa e impensável nos dias de hoje (opa, o cristianismo pregou o contrário por centenas de anos...melhor mudar de assunto).

Legado

Embora hoje ele não tenha o reconhecimento que lhe é devido, na sua época, foi uma celebridade, morando por diversos anos no Waldorf Astoria, onde organizava jantares com pessoas famosas que seriam as testemunhas de suas descobertas. Certa feita, perguntaram a Albert Einstein como era se sentir o homem vivo mais inteligente, a resposta foi: " Eu não sei, você vai ter que perguntar a Nikola Tesla". E mais, Tesla era muito popular com as mulheres, existindo relatos incríveis de brigas homéricas por sua causa, no entanto, como dissemos antes, ele preferiu a castidade em nome de seu legado, morrendo sem nunca provar do pecado da carne.

E mesmo com toda essa história de vida surpreendente, Tesla não tem o reconhecimento que merece. Vivendo em uma época que somente invenções rentáveis e vendáveis eram "legais", ninguém dava bola para a radioastronomia. Suas invenções não eram aquelas que poderiam aperfeiçoar um produto e vender mais e mais, elas eram revolucionárias. Por toda sua vida ele foi leal e compreensivo com aqueles que o tentaram passar para trás, e mais, não via o lucro como principal motivação das suas pesquisas.

Em seus últimos anos de vida ele passava dias e noites sozinho em seu laboratório, que era o único modo de ele estar realmente feliz. Tesla morreu alucinado, pobre, considerado louco por muitos, sozinho em um quarto de hotel em Nova Iorque. Pagando o preço por ser um humanitário durante toda a sua vida, por tentar levar tudo de graça às pessoas, chegou ao fim de seus dias vivendo apenas de leite e bolachas e mesmo em sua pior situação não esquecia daqueles que amou durante toda sua vida: os pombos.

Em uma de suas últimas entrevistas disse:

"Venho alimentando os pombos, milhares deles, há anos, mas havia um pombo, um pássaro bonito, branco puro com detalhes cinza claro em suas asas. Aquele era diferente... Não importa onde eu ia, aquele pombo iria me encontrar; quando eu queria ver ela só tinha que desejar e chamá-la para que ela viesse voando até mim... Eu amei aquele pombo... Eu a amava como um homem ama uma mulher, e ela me amava.

Então, uma noite eu estava deitado na minha cama, no escuro, resolvendo problemas, como de costume, ela voou pela janela aberta e ficou na minha mesa. Eu sabia que ela me queria; ela queria me dizer algo importante, então eu me levantei e fui até ela. Quando eu a olhei eu sabia o que ela queria me dizer - ela estava morrendo. E então, eu saquei sua mensagem, vinha uma luz de seus olhos - poderosos feixes de luz... uma luz mais intensa do que eu já tinha produzido pelas lâmpadas mais potentes em meu laboratório.

Quando aquele pombo morreu, algo saiu da minha vida. Até aquele momento, eu sabia com certeza que iria completar meu trabalho, não importa o quão ambicioso fosse, mas quando algo como aquilo saiu da minha convivência eu sabia que o trabalho da minha vida tinha acabado".


E assim, em 7 de janeiro de 1943, acabou a vida de um dos maiores gênios da humanidade: Vivendo na pobreza e conversando com pombos imaginários. Ainda hoje existem diversas invenções que são classificadas como sigilosas pelo governo americano e que não foram entregues à família quando de sua morte, gerando muitas especulações sobre invenções fantásticas. Invenções essas que seriam mantidas no escuro devido à pressão das grandes petroleiras ou por outros assuntos tão sensíveis quanto. Outro episódio que suscitou borburinho durante a Guerra Fria foi o sumiço de algumas de suas pesquisas. Os EUA temiam que a União Soviética tivesse ficado com suas ideias e estivesse as desenvolvendo. No final do post tem um belo documentário que trata com detalhes essa questão.

Hoje ele tem um museu fundado em seu nome, com suas invenções e memória. No museu são realizadas diversas experiências e demonstrações, como a do vídeo abaixo. Os experimentos recriam as apresentações de Tesla que era um verdadeiro showman, conhecido por suas exibições performáticas, que muito lembravam os espetáculos de mágica.



E o mais legal: Em 2006 aquele terreno em que foi levantada a torre de eletricidade gratuita de Tesla que vimos acima, foi posto à venda. E aí vem a maravilha da internet, novidade que só foi possível pelas criações de Nikola Tesla. O site de quadrinhos OatMela criou uma campanha crowdfunding que conseguiu arrecadar mais de 1 milhão e 700 mil dólares em apenas 6 dias!!

Atualmente, eles estão em busca de 10 milhões de dólares para criar "um centro de ensino de ciência e um museu digno de Tesla e seu legado." E parece que a ideia vai sair do papel, afinal, Elon Musk, fundador da Tesla Motors – maior e mais promissora montadora de carro elétricos do mundo – doou 1 milhão de dólares em troca de uma estação de abastecimento de carros no local.

Parece que a internet está conseguindo corrigir uma das maiores injustiças do mundo das ciências. Então ajude a desmistificar e desfazer esse mal-entendido, compartilhe esse post nas redes sociais e ajude a memória de Tesla. Comentário também são bem vindos abaixo.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Ressonância mórfica - A teoria do centésimo macaco

Quando o biólogo inglês Rupert Sheldrake publicou o livro, A New Science of Life (Uma nova ciência da vida), apresentando suas ideias sobre campos mórficos e ressonância mórfica, a obra foi recebida de maneira contrastante pelas duas principais revistas científicas da Inglaterra.
Foi apontada como “uma importante pesquisa científica” pela New Scientist e ao mesmo tempo qualificada pela Nature como sendo “a melhor candidata à fogueira em muitos anos”.
Na biologia, surge uma nova hipótese que promete revolucionar toda a ciência

Site: Galileu
By: José Tadeu Arantes

Era uma vez duas ilhas tropicais, habitadas pela mesma espécie de macaco, mas sem qualquer contato perceptível entre si. Depois de várias tentativas e erros, um esperto símio da ilha "A" descobre uma maneira engenhosa de quebrar cocos, que lhe permite aproveitar melhor a água e a polpa. Ninguém jamais havia quebrado cocos dessa forma. Por imitação, o procedimento rapidamente se difunde entre os seus companheiros e logo uma população crítica de 99 macacos domina a nova metodologia. Quando o centésimo símio da ilha "A" aprende a técnica recém-descoberta, os macacos da ilha "B" começam espontaneamente a quebrar cocos da mesma maneira.

Não houve nenhuma comunicação convencional entre as duas populações: o conhecimento simplesmente se incorporou aos hábitos da espécie. Este é uma história fictícia, não um relato verdadeiro. Numa versão alternativa, em vez de quebrarem cocos, os macacos aprendem a lavar raízes antes de comê-las. De um modo ou de outro, porém, ela ilustra uma das mais ousadas e instigantes idéias científicas da atualidade: a hipótese dos "campos mórficos", proposta pelo biólogo inglês Rupert Sheldrake. Segundo o cientista, os campos mórficos são estruturas que se estendem no espaço-tempo e moldam a forma e o comportamento de todos os sistemas do mundo material.

Átomos, moléculas, cristais, organelas, células, tecidos, órgãos, organismos, sociedades, ecossistemas, sistemas planetários, sistemas solares, galáxias: cada uma dessas entidades estaria associada a um campo mórfico específico. São eles que fazem com que um sistema seja um sistema, isto é, uma totalidade articulada e não um mero ajuntamento de partes.

Sua atuação é semelhante à dos campos magnéticos, da física. Quando colocamos uma folha de papel sobre um ímã e espalhamos pó de ferro em cima dela, os grânulos metálicos distribuem-se ao longo de linhas geometricamente precisas. Isso acontece porque o campo magnético do ímã afeta toda a região à sua volta. Não podemos percebê-lo diretamente, mas somos capazes de detectar sua presença por meio do efeito que ele produz, direcionando as partículas de ferro. De modo parecido, os campos mórficos distribuem-se imperceptivelmente pelo espaço-tempo, conectando todos os sistemas individuais que a eles estão associados.

A analogia termina aqui, porém. Porque, ao contrário dos campos físicos, os campos mórficos de Sheldrake não envolvem transmissão de energia. Por isso, sua intensidade não decai com o quadrado da distância, como ocorre, por exemplo, com os campos gravitacional e eletromagnético. O que se transmite através deles é pura informação. É isso que nos mostra o exemplo dos macacos. Nele, o conhecimento adquirido por um conjunto de indivíduos agrega-se ao patrimônio coletivo, provocando um acréscimo de consciência que passa a ser compartilhado por toda a espécie.

Até os cristais
Oprocesso responsável por essa coletivização da informação foi batizado por Sheldrake com o nome de "ressonância mórfica". Por meio dela, as informações se propagam no interior do campo mórfico, alimentando uma espécie de memória coletiva. Em nosso exemplo, a ressonância mórfica entre macacos da mesma espécie teria feito com que a nova técnica de quebrar cocos chegasse à ilha "B", sem que para isso fosse utilizado qualquer meio usual de transmissão de informações.

Parece telepatia. Mas não é. Porque, tal como a conhecemos, a telepatia é uma atividade mental superior, focalizada e intencional que relaciona dois ou mais indivíduos da espécie humana. A ressonância mórfica, ao contrário, é um processo básico, difuso e não-intencional que articula coletividades de qualquer tipo. Sheldrake apresenta um exemplo desconcer- tante dessa propriedade.

Quando uma nova substância química é sintetizada em laboratório - diz ele -, não existe nenhum precedente que determine a maneira exata de como ela deverá cristalizar-se. Dependendo das características da molécula, várias formas de cristalização são possíveis. Por acaso ou pela intervenção de fatores puramente circunstanciais, uma dessas possibilidades se efetiva e a substância segue um padrão determinado de cristalização. Uma vez que isso ocorra, porém, um novo campo mórfico passa a existir. A partir de então, a ressonância mórfica gerada pelos primeiros cristais faz com que a ocorrência do mesmo padrão de cristalização se torne mais provável em qualquer laboratório do mundo. E quanto mais vezes ele se efetivar, maior será a probabilidade de que aconteça novamente em experimentos futuros.

Com afirmações como essa, não espanta que a hipótese de Sheldrake tenha causado tanta polêmica. Em 1981, quando ele publicou seu primeiro livro, A New Science of Life (Uma nova ciência da vida), a obra foi recebida de maneira diametralmente oposta pelas duas principais revistas científicas da Inglaterra. Enquanto a New Scientist elogiava o trabalho como "uma importante pesquisa científica", a Nature o considerava "o melhor candidato à fogueira em muitos anos".

Doutor em biologia pela tradicional Universidade de Cambridge e dono de uma larga experiência de vida, Sheldrake já era, então, suficientemente seguro de si para não se deixar destruir pelas críticas. Ele sabia muito bem que suas idéias heterodoxas não seriam aceitas com facilidade pela comunidade científica. Anos antes, havia experimentado uma pequena amostra disso, quando, na condição de pesquisador da Universidade de Cambridge e da Royal Society, lhe ocorreu pela primeira vez a hipótese dos campos mórficos. A idéia foi assimilada com entusiasmo por filósofos de mente aberta, mas Sheldrake virou motivo de gozação entre seus colegas biólogos. Cada vez que dizia alguma coisa do tipo "eu preciso telefonar", eles retrucavam com um "telefonar para quê? Comunique-se por ressonância mórfica".

Era uma brincadeira amistosa, mas traduzia o desconforto da comunidade científica diante de uma hipótese que trombava de frente com a visão de mundo dominante. Afinal, a corrente majoritária da biologia vangloriava-se de reduzir a atividade dos organismos vivos à mera interação físico-química entre moléculas e fazia do DNA uma resposta para todos os mistérios da vida. A realidade, porém, é exuberante demais para caber na saia justa do figurino reducionista.

Exemplo disso é o processo de diferenciação e especialização celular que caracteriza o desenvolvimento embrionário. Como explicar que um aglomerado de células absolutamente iguais, dotadas do mesmo patrimônio genético, dê origem a um organismo complexo, no qual órgãos diferentes e especializados se formam, com precisão milimétrica, no lugar certo e no momento adequado?

A biologia reducionista diz que isso se deve à ativação ou inativação de genes específicos e que tal fato depende das interações de cada célula com sua vizinhança (entendendo-se por vizinhança as outras células do aglomerado e o meio ambiente). É preciso estar completamente entorpecido por um sistema de crenças para engolir uma "explicação" dessas. Como é que interações entre partes vizinhas, sujeitas a tantos fatores casuais ou acidentais, podem produzir um resultado de conjunto tão exato e previsível? Com todos os defeitos que possa ter, a hipótese dos campos mórficos é bem mais plausível. Uma estrutura espaço-temporal desse tipo direcionaria a diferenciação celular, fornecendo uma espécie de roteiro básico ou matriz para a ativação ou inativação dos genes.

Ação modesta
Abiologia reducionista transformou o DNA numa cartola de mágico, da qual é possível tirar qualquer coisa. Na vida real, porém, a atuação do DNA é bem mais modesta. O código genético nele inscrito coordena a síntese das proteínas, determinando a seqüência exata dos aminoácidos na construção dessas macromoléculas. Os genes ditam essa estrutura primária e ponto.

"A maneira como as proteínas se distribuem dentro das células, as células nos tecidos, os tecidos nos órgãos e os órgãos nos organismos não estão programadas no código genético", afirma Sheldrake. "Dados os genes corretos, e portanto as proteínas adequadas, supõe-se que o organismo, de alguma maneira, se monte automaticamente. Isso é mais ou menos o mesmo que enviar, na ocasião certa, os materiais corretos para um local de construção e esperar que a casa se construa espontaneamente."

A morfogênese, isto é, a modelagem formal de sistemas biológicos como as células, os tecidos, os órgãos e os organismos seria ditada por um tipo particular de campo mórfico: os chamados "campos morfogenéticos". Se as proteínas correspondem ao material de construção, os "campos morfogenéticos" desempenham um papel semelhante ao da planta do edifício. Devemos ter claras, porém, as limitações dessa analogia. Porque a planta é um conjunto estático de informações, que só pode ser implementado pela força de trabalho dos operários envolvidos na construção. Os campos morfogenéticos, ao contrário, estão eles mesmos em permanente interação com os sistemas vivos e se transformam o tempo todo graças ao processo de ressonância mórfica.

Tanto quanto a diferenciação celular, a regeneração de organismos simples é um outro fenômeno que desafia a biologia reducionista e conspira a favor da hipótese dos campos morfogenéticos. Ela ocorre em espécies como a dos platelmintos, por exemplo. Se um animal desses for cortado em pedaços, cada parte se transforma num organismo completo.

Forma original
Como mostra a ilustração da página ao lado, o sucesso da operação independe da forma como o pequeno verme é seccionado. O paradigma científico mecanicista, herdado do filósofo francês René Descartes (1596-1650), capota desastrosamente diante de um caso assim. Porque Descartes concebia os animais como autômatos e uma máquina perde a integridade e deixa de funcionar se algumas de suas peças forem retiradas. Um organismo como o platelminto, ao contrário, parece estar associado a uma matriz invisível, que lhe permite regenerar sua forma original mesmo que partes importantes sejam removidas.

A hipótese dos campos morfogenéticos é bem anterior a Sheldrake, tendo surgido nas cabeças de vários biólogos durante a década de 20. O que Sheldrake fez foi generalizar essa idéia, elaborando o conceito mais amplo de campos mórficos, aplicável a todos os sistemas naturais e não apenas aos entes biológicos. Propôs também a existência do processo de ressonância mórfica, como princípio capaz de explicar o surgimento e a transformação dos campos mórficos. Não é difícil perceber os impactos que tal processo teria na vida humana. "Experimentos em psicologia mostram que é mais fácil aprender o que outras pessoas já aprenderam", informa Sheldrake.

Ele mesmo vem fazendo interessantes experimentos nessa área. Um deles mostrou que uma figura oculta numa ilustração em alto constraste torna-se mais fácil de perceber depois de ter sido percebida por várias pessoas (veja o quadro na página ao lado). Isso foi verificado numa pesquisa realizada entre populações da Europa, das Américas e da África em 1983. Em duas ocasiões, os pesquisadores mostraram as ilustrações 1 e 2 a pessoas que não conheciam suas respectivas "soluções". Entre uma enquete e outra, a figura 2 e sua "resposta" foram transmitidas pela TV. Verificou-se que o índice de acerto na segunda mostra subiu 76% para a ilustração 2, contra apenas 9% para a 1.

Aprendizado
Se for definitivamente comprovado que os conteúdos mentais se transmitem imperceptivelmente de pessoa a pessoa, essa propriedade terá aplicações óbvias no domínio da educação. "Métodos educacionais que realcem o processo de ressonância mórfica podem levar a uma notável aceleração do aprendizado", conjectura Sheldrake. E essa possibilidade vem sendo testada na Ross School, uma escola experimental de Nova York dirigida pelo matemático e filósofo Ralph Abraham.

Outra conseqüência ocorreria no campo da psicologia. Teorias psicológicas como as de Carl Gustav Jung e Stanislav Grof, que enfatizam as dimensões coletivas ou transpessoais da psique, receberiam um notável reforço, em contraposição ao modelo reducionista de Sigmund Freud (leia o artigo "Nas fronteiras da consciência", em Globo Ciência nº 32).

Sem excluir outros fatores, o processo de ressonância mórfica forneceria um novo e importante ingrediente para a compreensão de patologias coletivas, como o sadomasoquismo e os cultos da morbidez e da violência, que assumiram proporções epidêmicas no mundo contemporâneo, e poderia propiciar a criação de métodos mais efetivos de terapia.

"A ressonância mórfica tende a reforçar qualquer padrão repetitivo, seja ele bom ou mal", afirmou Sheldrake a Galileu. "Por isso, cada um de nós é mais responsável do que imagina. Pois nossas ações podem influenciar os outros e serem repetidas".

De todas as aplicações da ressonância mórfica, porém, as mais fantásticas insinuam-se no domínio da tecnologia. Computadores quânticos, cujo funcionamento comporta uma grande margem de indeterminação, seriam conectados por ressonância mórfica, produzindo sistemas em permanente transformação. "Isso poderia tornar-se uma das tecnologias dominantes do novo milênio", entusiasma-se Sheldrake.
Sem nenhum contato entre si, macacos de uma ilha incorporam os conhecimentos desenvolvidos na outra.É os campos invisíveis comandariam processos e atitudes: da formação do embrião aos modismos.

Com afirmações como essa, não é de estranhar, que a hipótese de Sheldrake tenha causado tanta polêmica e desconforto na comunidade científica. Principalmente entre os biólogos, cuja a corrente majoritária preconiza a atividade dos organismos vivos à interação físico-química entre moléculas e faz do DNA uma resposta definitiva para os mistérios do fenômeno vital.
Porém, nas palavras de Sheldrake:
“A realidade é exuberante demais para caber na saia justa do figurino reducionista”.
Mesmo concordando com essa visão progressista da ciência, é importante não perdermos o foco do que é ou não científico.
A ressonância mórfica parece ser uma cornucópia mágica que tanto pode abrir um campo completamente novo na ciência, quanto abrigar todo o tipo de crendice pseudocientífica!

segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O tempo

"O tempo é uma ilusão produzida pelos nossos estados de consciência a medida em que caminhamos através da duração eterna"! - Isaac Newton

           
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Estamos todos conectados - Sinfonia da Ciência

Toque Terapêutico: nova opção no Cuidar de Enfermagem

Desde   Florence   Nightingale   a   Enfermagem   voltada   para   o   cuidado integral  a  doentes  vem  se  fundamentando  como  a  mola  mestra  da  formação profissional.  O avanço tecnológico  vem  aprimorando  o  desempenho  técnico  de forma a garantir cuidados eficientes e ações efetivas para promoção da saúde.
Porém,  o  uso  das  mãos  é  a  ferramenta  polivalente  mais  poderosa  no  ato  do cuidar. As mãos são veículos do conforto, do afeto, do apoio e da cura. O cuidar de Enfermagem pressupõe o atendimento holístico, que é a atenção quealcança todos  os  níveis  da  criatura  humana – o  físico,  o  emocional,  o  mental,  o espiritual e o social, conforme preconizado pela OMS – Organização Mundial da Saúde.  O  Toque  Terapêutico,  uma  técnica  de  imposição  de  mãos  criada  por Dolores Kruegger a partir de prática ancestrais, tem como pressuposto a ação sobre  o  equilíbrio  do  campo  de  energia  humano,  cuja  desorganização  afeta  a higidez, resultando em uma diversidade de sintomas psicossomáticos.  Trazido ao  Brasil  por  Ana  Cristina  de  Sá,  é  uma  opção  para Enfermeiros  atuarem mantendo  a  qualidade  técnica  e  oferecerendo  um  cuidado  de  Enfermagem amoroso e eficaz no alívio da dor.

1 - Introdução
OToque  Terapêutico  (TT),  é  um  assunto  relativamente  novo  e  pouco aplicado na maioria das instituições de Saúde, portanto é pouco conhecido pela maioria  dos profissionais  de  enfermagem,  assim  procuramos  pesquisar  o assunto com profundidade  e  sempre  baseadosem  estudos  científicos  já realizados e comprovados por diversos estudiosos que serão citados no decorrer do trabalho. Abordaremoso assunto desde sua base, ou seja, a importância do equilíbrio químico, físico, energético enfatizando que o TT é um sinal não - verbal muito  importante  na  relação  enfermeira  (o)  paciente,  constatando-se  que  o mesmo   é   um   instrumento   básico   indispensável   para   o   desenvolvimento humano,   para   as   atividades   assistenciais   da   enfermeira
(o)   e   para   o relacionamento com cliente.Retomando os  achados  de  pesquisa  de  FIGUEIREDO  e  CARVALHO (1999),  as  mãos  do  enfermeiro  podem  representar  o
“pilar”;  suporte;  noções precisas;  principio  manifesto;  ação;  doação;  labor;  indica  atitude  do  espírito; quando  este  se  manifesta  pela  via  acústica;  símbolo  da  voz  e  do  canto;  força magnética; proteção; autoridade; poder; perigo; fraternidade..” Enfim, potenciais instrumentos para o pleno restabelecimento dos clientes ou veículo responsável
pelo  seu  total  desequilíbrio,  dependendo  de  como  é  usado.  Servem  para suavizar  os  sentimentos  negativos  do  cliente  e  promover  uma  relação  positiva deve-se utilizar o toque, de uma forma expressiva e sincera, pois, através deste, temos condições de transmitir cuidado e apoio aos clientes e ás suas famílias.
Afirma   FIGUEIREDO   (1995),   que   o   cuidado   de   Enfermagem   é fundamental  e  dá  sustentação  à  profissão.  A  forma,  o  jeito  como  o  cuidado  é feito, o  toque,  pode  contribuir  para  uma  ação  terapêutica  capaz  de  curar,  de retirar alguém de uma profunda depressão, por exemplo. Afirma, ainda, que a Enfermagem  tem um compromisso  com  a  vida  através  do  seu  cuidado.  O objetivo  principal da Enfermagem  é  o  cuidar  no  sentido  de tocar.  Tocar  no sentido  proceder  com  as  técnicas  necessárias,  mas  também  de  demonstrar apoio,   carinho,   compreensão,   solidariedade.   Os   cuidados   prestados   pela Enfermagem pertencem a duas esferas distintas: uma objetiva, que se refere ao desenvolvimento  de  técnicas  e  procedimentos  e  uma subjetiva,  que  baseia-se em sensibilidade, criatividade e intuição para  cuidar de outro ser.
O  Toque  Terapêutico  (TT)  é  uma  terapia  complementar  que  tem  se revelado   um   excelente   meio   não-invasivo   que   o   enfermeiro   e   outros profissionais da saúde dispõe para promover relaxamento, reduzir a ansiedade e  controlar  a  dor  e outros.  Ele  atua  equilibrando  o  campo energético  humano, estimulando todo o ser que o está recebendo, proporcionando-lhe oportunidade para reagir e recuperar as energias da vida e superar a frágil distância entre o equilíbrio  e  o  desequilíbrio  do  ser  humano.  Além  de  ser  um  método  não-invasivo  no  tratamento,  não  possui  nenhuma  contra  indicação,  podendo  ser utilizado para todos pacientes independente da patologia.
Decidimos  escrever  sobre  o  Toque  Terapêutico  por  tratar-se  de  um assunto  pouco  conhecido  entre  os  profissionais  que  atuam  na  área  da  saúde principalmente entre os Enfermeiros. A técnica do TT pode variar, ganhar áreas de sofisticação, nomes difíceis, mas na pratica é até bem mais simples.


2-Enfermagem Holística
As raízes da Enfermagem Holística emergiram das colocações visionárias de  Florence  Nightingale  em  seu  primeiro  livro,  Notas  sobre  a  Enfermagem,  em 1860.Florence NIGHTINGALE (1989) descreve que o trabalho da Enfermagem é direcionado  à  melhoria  das  condições  de  saúde  dos  pacientes,  enfatizando  o tocar  e  a  delicadeza como  propriedades  importantes  no  processo  de  cura, aliados  à  melhoria  das  condições  a  ambientais,  tais  como  promover  ar  fresco, luz  e  calor  do  sol,  paz,  quietude  e  limpeza.  Florence  Nightingale  enxergou  as pessoas  sob  os  cuidados  de  enfermeiras  como  seres multidimensionais  e integrados  ao  meio  ambiente,  um  conceito  absolutamente holístico  (ANDRUS, 2000). SÁ (2001) relata que nos  últimos 20 anos , a Enfermagem Holística vem emergindo como uma prática profissional de Enfermagem, principalmente pelo desenvolvimento  das  primeiras  teorias  holísticas  de  Enfermagem.  A  palavra holismo  tem  origem  indo-européia,  mais  precisamente  na  língua  grega,  e significa todo, saudável, que cura, sagrado.
Para  SÁ  (2001)  uma  das  formas  de  se  definir  Enfermagem  Holística  é enxergá-la  como  uma  atuação  que  integra  as  várias  terapias  complementares, incluindo o Toque Terapêutico, musicoterapia, cromoterapia de florais e outras, com a prática geral de Enfermagem. Estas modalidades de práticas estabelecem uma  importante  conexão  terapêutica  entre  o  enfermeiro  e  o  paciente/cliente, porém  não  é  esse  fator  primordial  que  define  a  essência  da  prática  da Enfermagem Holística.
ANDRUS (2000) afirma que a Enfermagem Holística é uma arte cientifica com  um  corpo  próprio  de  conhecimentos,  embasada  emuma  estrutura  que ajuda o enfermeiroa constantemente lembrar-se da essência de sua prática em Enfermagem,  do  objeto  de  sua  escolha  profissional.  Em  suma, a  arte  de  se praticar  a  Enfermagem  Holística  consiste  em  aplicar  com  consciência  e criatividade a teoria e a filosofia da essência do cuidar do ser humano em seu  fazerprofissional.  Assim,  o  centro  da  prática  da  Enfermagem  Holística é voltado   à   qualidade   da   relação   entre   o   enfermeiro   e   o   ser   humano (paciente/cliente,  colega  de  equipe,  outros  profissionais,  família,  amigos).  Tem mais  a  ver  com  o jeito  de  ser  do  enfermeiro,  suas  intenções,  presença  e  o cuidado humanizado e de qualidade que presta.


2 -a) A Importância do Toque
Em SÁ, 2003, vemos: Tocar em alguém quando temos a intenção de esta pessoa  se  sinta  melhor  por  si  só  já  é  terapêutico.  É  intuitivo  e  multicultural tocar o ombro ou as mãos de quem esta precisando de ajuda.
O toque, no entanto, vai além de um mero contato físico. Ele é uma porta aberta  à  troca  energética    entre  dois  seres  vivos.  Somente  precisamos  estar atentos  à  não  invasão  do  espaço  pessoal  de  quem  vai  ser  tocado.  Há  pessoas que  sentem  dificuldade  em  serem  tocadas.  A  dica  que  nos  dão  é  a  expressão corporal:  o  afastamento  de  um segmento  ou  de  todo  o  corpo  da  tentativa  de estabelecer umcontato físico.
Também  em  SÁ,  2003:  De  um  modo  geral,  portanto, o  ato  de  tocar alguém  é  confortador  e  faz  parte  ativa  do  Cuidado  Emocional.
Não  tenha medo  de  tocar,  de  abraçar,  de  interagir  desde  que  perceba  o  limite  do  espaço pessoal do paciente-cliente. 

2 –b) A Enfermagem e o Cuidado
NAVALHAS, 1999. O cuidado é a base central da Enfermagem. Leininger destaca  a  importância  de  comportamentos  de  cuidados  na  Enfermagem. Descreve um forte elo entre cura e o cuidado pelos profissionais de saúde, “Eu acredito  que  o  cuidado  é  o  conceito  central  e  a  essência  da  Enfermagem”.  O cuidado humano e as relações humanas estão intimamente relacionados. O  cuidado  efetivo  em  enfermagem  se  traduz  de  práticas  invasivas  ou técnicas  de  enfermagem,  o  cuidado  também  deve  e  podeser  realizado  através do  olhar  atento  do  enfermeiro  que  busca  encontrar  as  verdadeiras  causas  que trazem os transtornos aos clientes; é o “olhar de raio x”, onde o enfermeiro dedica  alguns  minutos  de  seu  tempo  para  ouvir  o  paciente,  sentir  os  seus problemas e daí buscar formas de intervenções que venham ajudá-lo de forma concreta.  Nunca  a  Enfermagem  deixará  de  realizar  cuidados  técnicos  ou invasivos, pois eles fazem parte do tratamento do cliente, e portanto, devem ser realizados, porém os cuidados aos quais nos referimos vão além das técnicas e procedimentos  invasivos,  são  os  cuidados  prescritos  por  quem  enxerga  o  ser humano como “Um ser humano unitário” (ROGERS apud MALINSK, 1970).

2 –c) Campo Energético Humano (CEH) ou Aura Humana
Segundo   BRENNAN   (2003),   o   Campo   Energético    Humano   é   a manifestação  da  energia  universal  intimamente  envolvida  na  vida  humana. Pode ser descrito como um corpo luminoso que cerca o corpo físico e o penetra, emite  uma  radiação  característica  própria  e  é  habitualmente  denominado “aura”. A aura é a parte do Campo de Energia Universal (CEU), associada a objetos.  A  Aura  Humana  ou  Campo  de  Energia  Humana  (CEH),  ao  corpo humano.  Fundamentados  nas  suas  observações,  os  pesquisadores  criaram modelos teóricos que dividem a aura em diversas camadas. Essas camadas, às vezes  chamadas  de  corpos,  se  interpenetram  e  cercam  umas  as  outras  em camadas  sucessivas.  Cada  corpo  se  compõe  de  substâncias  mais  finas  e  de "vibrações” mais altas à medida que se afastam do corpo físico.

2-d)Equilíbrio Químico e Energético

2 –1 d) Equilíbrio Químico
BARREIRO, 2001: O metabolismo é o conjunto das reações químicas que ocorrem   num   organismo   vivo   com   o   fim   de   promover   a   satisfação   de necessidades  estruturais  e  energéticas.  Do  ponto  de  vista  físico-químico, os organismos  vivos  são  sistemas  abertos  que,  para  sobreviver,  realizam  com  o exterior  uma  constante  troca  de  energia  e  matéria.  As  substâncias  que penetram  nas  células  passam  de  fragmentações  moleculares,  que    produzem compostos  biologicamente  úteis,  empregados  como  fonte  de  energia  e  também como elementos de construção e reparação dos tecidos.No organismo sadio, verifica-se equilíbrio entre duas forças antagônicas: o  catabolismo,  processo  pelo  qual  as  moléculas  vindas  do  exterior,  após sofrerem  fragmentação  prévia  na  digestão,  são  degradadas  ou  reduzidas    e  o anabolismo,  conjunto  de  reações  que,  ao  utilizar  a  energia  liberada  pelo catabolismo, possibilita a formação de estruturas orgânicas complexas a partir de  outras,  mais  elementares.  Essa  energia  é  empregada  também  nas  funções fisiológicas  e  o  seu  equilíbrio  é  muito  importante  para  o  bem  estar  físico  do organismo.

2-2 d)   Equilíbrio Energético
Bonjorno, 1997: A palavra energia nos é muito familiar, embora seja que não podemos tocar com as mãos, podemos sentir suas manifestações.Seja qual for a forma que assuma, a energia representa a capacidade de fazer algo acontecer ou funcionar. Podemos dizer que energia é a capacidade de realizar  trabalho.  Se  alguma  coisa  pode  realizar  um  trabalho,  direta  ou indiretamente,  por  meio  de  alguma  transformação,  é  porque  esta  coisa  tem  uma forma de energia.No mundo das existências acima do limite humano razoável, tensão, mau humor,   sobrecarga   física   e   emocional,   cansaço   e   outros   desequilíbrios, produzem  uma  relação de  exaustão  das  funções  orgânicas.  Como  o  corpo humano é muito eficiente e tem muita reserva funcional e orgânica, geralmente suportamos  as  sobrecargas  da  responsabilidade,  porém  com  a  adaptação  do corpo  à  exigência  da  situação, gerando  numa  área  frágil  docorpo  onde descarregamos  as  sobrecargas,  fragilidades  (tais  como  gastrite,  colite,  insônia, cefaléia,  tonturas,  resfriado  freqüente,  dores  cervicais  ou  lombares,  diarréia, palpitação...), produzindo doenças uma atrás da outra.

2-3 d)  Campo Elétrico
GASPAR, 2000 diz que embora representem situações concretas, o campo elétrico é uma idéia abstrata. Um corpo carregado eletricamente altera a região em  que  se  encontra,  mas  não  é  possível  entender  como  ocorre  a  interação elétrica entre corpos carregados.

2 –4d) Fluxo do Campo Energético
GASPAR,  2000.  O  conceito  de  fluxo  esta  ligada  a  uma  idéia  muito simples:  é  possível  saber  o  que  existe  ou  acontece  em  determinado  lugar  pelo que chega e sai desse lugar. A  idéia  de  fluxo  está  ligada  ao  movimento  de  um  fluido.  Em  eletricidade, certamente esta relacionada à antiga concepção de fluido elétrico.

3 -Método Kriger –Kunz de Toque Terapêutico
SÁ,  2001  informa  que  o  TT  é  uma  técnica  de  terapia  complementar  que tem  se  revelado  um  excelente  meio  não-invasivo  que  oenfermeiro  e  outros profissionais  da  saúde  lançam  mão  para  promover  relaxamento,  reduzir  a ansiedade,  controlar  a  dor  e  outros  efeitos.  Originariamente  descrito  pela enfermeira  Dolores  Krieger,  o  TT,  também  denominado  de  Método  de  Krieger-Kunz, deriva da antiga arte de imposição das mãos. Não possui qualquer base religiosa e independente da fé ou crença daquele que o recebe ou do terapeuta que o aplica, entretanto requer a intencionalidade consciente do terapeuta com o intuito de repadronizar o campo de energético humano.
O TT baseia-se na pressuposto campo de energia humana que se estende para  lá  da  pele.  O  campo  de  energia  humana  é  abundante  e  flui  em  padrões equilibrados na saúde, mas é desviado e/ou desequilibrado durante a doença.A  teoria  quântica  que  toda  realidade  é  feita  de  campos  de  energia  e  mais  de 99%  (noventa  e  nove  por  cento)  do  universo  é  espaço  simplesmente...  A tecnologia  atual  não  permite  medir  o  campo  de  energia  humano,  mas  para sentidos  treinados,  nomeadamente  a  tacto,  o  campo  pode  ser percebido  e dirigido.
É  preciso  frisar  que  o  TT  é  uns  tratamentos  complementar,  que  não dispensa o tratamento convencional. É realizado, pois, paralelamente às demais medidas implementadas pela equipe de saúde. SILVA,  2004,  afirma  que  as  pessoas  são  curadas  pelos  mais  diversos  tipos  de terapeuta e sistemas de cura, uma vez que o verdadeiro agente da cura reside
no interior de cada um.

3 –a) Técnicas do Toque Terapêutico
SÁ, 2001: Os passos da técnica são quatro: concentração (concentrar-se), diagnóstico  do  campo  energético,  modulação  e  balanceamento  do  campo energético, avaliação:
1º)  No  primeiro  passo – centrar-se –o  terapeuta  concentra  a  atenção sensação   nas   mãos,   para   utilizá-las   conscientemente   e   com   absoluta concentração com intuito de captar sensações no campo energético do paciente. 
2º)  No  segundo  passo – diagnóstico  do  campo  energético,  o  terapeuta percorre  o  campo  energético  do  cliente  no  sentido  crânio –podálico  com  as mãos  a  cerca  de  6  a  12  cm  da  pele  deste  para  determinar  o  diagnósticodo campo energético.
3º)  Na  terceira  fase,  denomina  modulação,  e  balanceamento  do  campo energético, o terapeuta realiza o tratamento propriamente dito, que consiste em repadronizar  a  áreas  de  déficit  e  alteradas,  através  do  alisamento  do  campo energético, desenrugamento e opondo sensações (onde estiver frio, aquecer, por exemplo),  finaliza  com  um  fluxo  energético.  O  desbloqueamento  é  feito  com movimentos  mais  bruscos,  com  mãos  como  que  afastando  duas  bordas  no sentido   crânio   podálico   e   o   movimento de   alisamento   são   feitos   com movimentos suaves também no sentido crânio podálico.
4º) Como último passo, faz-se a avaliação de todo o campo para comparar o resultado com achados do inicio da sessão e com os da próxima.
O curso básico do TT é de doze horas e são exigidos dois anos de prática, preconizadas   pelas   associações   internacionais   com   no   mínimo   de   três aplicações semanais, devidamente registradas por dois anos consecutivos, para que  o  terapeuta  possa  realizar  os  níveis  intermediários  e  avançados.
Também são  realizadas  supervisões  dos  casos  a  cada  dois  meses  aproximadamente, durante  dois  anos  com  mentores  que  tenham  no  mínimo  cinco  anos  de experiência  prática  e  que  receberam  o  certificado  de  nível  avançado.  Após  o curso avançado o terapeuta poderá seguir como mentor (supervisor), ou fazer o curso de formador (professor) na área. 


4 -Hipótese
O  Toque  Terapêutico  (TT)  pode  representar  para  o  paciente/cliente  algo além  do  equilíbrio  energético,  ou  seja,  pode  significar  a  atenção,  o  cuidado diferenciado,  uma  alternativa  “a  mais”,  sem  distinção  religiosa  nesta  nova opção de tratamento pode levá-lo à harmonia, esperança e melhora do sintoma que o incomoda.SÁ  (2001)  :  A  aplicação  deste  método  terapêutico  torna-se  variável  a partir  da  compreensão  rogeriana,  onde  a  realidade  não  é  linear,  mas  circular, rítmica  e  virtual.  O  trabalho  a  ser  desenvolvido  por enfermeiros  rogerianos  é parte  integrante  da  dinâmica  universal,  que  é  cíclica,  continua,  em  constante movimento   e   que   evolui   sempre   para   estados   inovadores constantes   no processo vital humano.
CAPRA (1995):  Não podemos deixar de citar a afirmação do grande físico da era moderna, Heisenberg, que desenvolveu a “Teoria da Indeterminação”, que  considera  variável    a  limitação  da  nossa  capacidade  de  visualização dos fenômenos. Assim, afirma “devemos nos lembrar de que aquilo que observamos não  é  a  natureza  em  si  mesmo,  mas  a  natureza  exposta  ao  nosso  método  de exame”.
CAPRA  (1995),  esclarece  que  a  grande  ligação  é  entender  que  todos  os conceitos  e  teorias  que  usamos  para  descrever  a  natureza  são  limitados  em virtude das limitações essenciais da mente racional, as teorias cientificas nunca estarão aptas à fornecer uma descrição completa e definitiva da realidade.

5 –Objetivos

5 –a) Geral
Recomendar  a  aplicação  do  Toque  Terapêutico  pelo  Enfermeiro  aos pacientes   independente   de   sua   patologia,   como   cuidado   opcional   de Enfermagem.

5 –b) Objetivos Específicos
Traçar a história do Toque Terapêutico (TT)
Definir o que é Toque Terapêutico
Descrever as técnicas do Toque Terapêutico
Descrever o mecanismo de atuação do TT
   Descrever as áreas em que o TT pode ser aplicado na enfermagem.
Veremos no decorrer do trabalho a importância do equilíbrio em todos os níveis que  cercam  o  homem.  Compreendendo  a  energia  que  possuímos em  torno  do nosso corpo e o equilíbrio do nosso campo energético.

6 –Metodologia
Pesquisa  Bibliográfica: Levantamentos  bibliográficos  e  pesquisa  On  Line  na
Internet  de  periódicos,  Tese  e  Dissertações  s  Base  de  Dados  (Bireme,  Scielo  e Medline).

-Considerações Finais
O objetivo desta pesquisa é de levar este conhecimento, aos profissionais de Enfermagem e mostrar  o quanto é importante o Toque Terapêutico em todos pacientes/clientes  independente  de  religião,  colaborando  efetivamente  numa maior qualidade de vida, fazendo necessário acrescentar que no nosso entender o toque na enfermagem dá através do cuidado e pode ser uma ação terapêutica que envolve vários aspectos do ser humano, que precisa de  cuidados. O toque deve   estimular   todo   o   ser   que   o   está   recebendo,   proporcionando-lhe oportunidade para reagir e recuperar as pulsões de vida e transcender à frágil distância entre o equilíbrio e o desequilíbrio, físico, emocional, mental pensante e espiritual, servindo de força restauradora e regeneradora.Há de se concordar  com SILVA (2000) quando se refere que aprender os mistérios   do   toque   faz   parte   do   processo   de  humanização   da   relação profissional  enfermagem/paciente.  Ternura  e  vigor,  são os  dois  princípios  que
precisam estar equilibrados em um mesmo toque.
As  mãos  da  enfermeira  que  realiza  o  toque  são  comparadas  às  mãos  de fada, como algo que transmite energia, demonstrando carinho e afeto.
Quanto  ás  Terapias  Complementares  mais  especificamente  na  área  da Enfermagem,   cabe   lembrar   que   o   Conselho   Federal   de Enfermagem   na Resolução  COFEN -197  de  19  de  março  de  1997,  estabelece  e  reconhece  as Terapias  Alternativas  como  especialidade  e/ou  qualificação  do  profissional  de Enfermagem.  Assim,  o  ensino  do  TT  ou outras  práticas  complementares poderiam   ou   deveriam   ser incentivados   nos   cursos   de   Graduação   em Enfermagem, os que já vem acontecendo em muitas universidades do país.
http://decifrandoenergia.blogspot.com.br/2017/01/toque-terapeutico-nova-opcao-no-cuidar.html